Advertência

A Esquizofrenia Cor de Rosa é um espaço onde são despejados pensamentos, o mais inalterados possível da sua forma primordial. Não se pretende aqui construir um "cantinho" de discussão científica, filosófica, religiosa, histórica ou de qualquer outra índole. A realidade dança o tango com a ficção; o senso comum luta com a ciência, numa batalha onde ninguém sairá vencedor. Cabe-lhe a si, leitor, interpretar da maneira que lhe aprouver. Sinta-se livre para comentar, criticar ou lançar sugestões!

terça-feira, novembro 29, 2011

Anúncios de Perfumes



Os anúncios da tv não costumam ser muito mais do que publicidade a novelas, hamburgers do McDonald's e iogurtes Danone (Danacol para os que comem como bestas mas têm medo de fazer análises ao sangue e Activia para quem não arreia o calhau todos os dias à mesma hora). Mas no Natal os anúncios mudam de tema.


Chega a vez da Gillette, dos ferros de engomar Fagor (presumo eu que seja para as mulheres oferecerem aos maridos e namorados, para ver se esses inúteis começam a fazer algo em casa para além de coçar os tomates e ver tv), a vez do Nespresso para aqueles 30% da população carenciada que ainda não tem uma máquina de café (sim, porque até grande parte dos pobres hoje em dia já tem uma máquina daquelas em casa, mesmo que não lhe dêem uso por não terem dinheiro para as cápsulas de café), a vez da Popota (aquela gorda sebosa que deu cabo da Leopoldina, depois de no ano passado a ter obrigado a ingerir tantos nitrofuranos que até as mamas lhe cresceram) e a vez dos perfumes.


Ah!... Perfumes. Não vivo sem eles desde os 13 anos.
Há quem escolha uma fragrância e a use todos os dias, durante todo o ano, ano após ano. O que acho disso? Impensável! Há tantos aromas deliciosos e viciantes que é impossível definir-me apenas com um. Por isso, tenho uma lista de favoritos que aumenta todos os anos na altura do Natal. Não porque tenha imensa gente a quem pedir prendas de Natal, mas porque é nesta altura que aparece sempre uma avalanche de novas fragrâncias e mais uns quantos perfumes tunning (de onde surgem uma ou duas criações bem sucedidas, como foi o caso do Hipnôse Senses, deveras superior ao original).


Desde miúda que fico a olhar para os anúncios de perfumes a tentar descodificar a mensagem. São sempre a mesma coisa: uma modelo ou actriz qualquer num vestido comprido e com os ombros à mostra a correr na cidade à noite. Pronto... Admito que nem todos são assim, mas é a ideia que tenho destes anúncios. É isso e o facto de nunca ficar com a menor ideia do que raio querem aqueles gajos transmitir com o mini-trailer. Há ali um trecho de uma novela, com certeza que há. Agora que história é essa, nunca ninguém sabe.

sábado, novembro 26, 2011

Santa's Little Helpers


Porque é que me cheira que este vídeo é fake? Dois simples motivos:

1) Um par de fedelhos com 1 e 3 anos de idade não conseguiriam espalhar equitativamente um saco de farinha pelo chão, muito menos pelo resto da sala, incluindo locais de difícil (se não mesmo impossível) acesso, como o parapeito da janela e um quadro pendurado na parede... a não ser que se tratassem de ajudantes do Pai Natal em protesto contra a exploração de trabalho infantil.

2) Nenhuma pessoa medianamente consciente e ponderada reagiria com tanta serenidade a uma catástrofe destas proporções, dando-se ao trabalho de filmar a ocorrência dos factos mal de deu conta dos mesmos, a menos que estivesse sob a influência de barbitúricos a modos que a atirar para a overdose.

Em jeito de conclusão, este vídeo é capaz de ser alguma paródia à morte da Amy Casa dos Vinhos, com a junção do que aconteceria se ela tivesse tido dois filhos com o Monstro da Tasmânia.

quinta-feira, novembro 10, 2011

Chegou o frio

Como é que todos os anos me apercebo que chega o frio? Simples. Quando dou por mim a puxar o toalhão para dentro da cabine de duche e a secar-me aproveitando o vapor de água quentinho que lá fica concentrado.

Duvido que haja mais alguém no planeta a praticar este ritual deprimente. Mas se houver, faça o favor de se pronunciar. Lembre-se que estará a fazer com que uma gaja atípica se sinta menos só no mundo.

quinta-feira, novembro 03, 2011

E tu, guias-te pelos prazos?


Se há coisa que me mete nojo é gente que organiza a sua vida em função dos prazos de validade da comida.


"Oh Francisca, tu come os iogurtes hoje porque o prazo de validade é dia 5 e já estamos a 3!". Já sabemos o que vai ser o jantar da Francisca: quatro iogurtes e uma sopa (ok, a parte da sopa não sabemos... Mas parece-me socialmente reprovável fazer um jantar só com iogurtes).


Pergunto-me o que fará esta gente quando se esquece da embalagem de manteiga ao sol numa tarde de verão. Se ainda tiver seis meses de validade segundo o rótulo, com certeza que não será o aroma a ranço que vai obrigar a deitar fora uma iguaria que tem ainda tantos dias gloriosos pela frente. É por estas e por outras que o prazo de validade é a Maya da indústria alimentar.


Antigamente não havia laboratórios de controlo de qualidade, nem havia engenharia alimentar (nem outros cursos do género, cuja função é dar emprego a duas dúzias de pessoas e conduzir centenas delas ao desemprego e à emigração). Com efeito, não havia regras que obrigassem a colocar datas que prevêem com (pouca) precisão o dia em que os ovos deixam de estar aptos para o consumo. As pessoas avaliavam o bom ou mau estado da comida pela sua cor, textura e cheiro.


Gostava de poder ensinar a essa gentinha medíocre, que vive os dias de acordo com os ditames dos carimbos, que os prazos de validade não são normas imperativas que obrigam a atirar a comida para o lixo mal se atinja aquele prazo, sob pena de aplicação da secção dos Crimes Contra a Integridade Alimentar, prevista no Código Penal.


Para quem ficou na dúvida: não, essa secção não existe... Mas devia! Deviam punir a escumalha que deita fora comida em perfeitas condições por causa do prazo de validade. E a pena aplicável deveria ser um carimbo na testa com uma mensagem do género "Não sou capaz de comer ovos caseiros porque não têm prazo de validade", um pouco à semelhança do que se faz com as advertências nos maços de tabaco. E isto faz todo o sentido, se pensarem bem, pois a convivência regular e contínua com estas pessoas (tal como com o tabaco) provoca uma morte lenta e dolorosa.