Advertência

A Esquizofrenia Cor de Rosa é um espaço onde são despejados pensamentos, o mais inalterados possível da sua forma primordial. Não se pretende aqui construir um "cantinho" de discussão científica, filosófica, religiosa, histórica ou de qualquer outra índole. A realidade dança o tango com a ficção; o senso comum luta com a ciência, numa batalha onde ninguém sairá vencedor. Cabe-lhe a si, leitor, interpretar da maneira que lhe aprouver. Sinta-se livre para comentar, criticar ou lançar sugestões!

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Certezas Incertas

Estabelecer metas. Dar o melhor. Enfrentar cada dia de cabeça erguida com um sorriso do tamanho do mundo. Dar gargalhadas bem altas, ao som de uma piada insignificante, quando lá no fundo apetece gritar, fugir, desaparecer. Agradar àqueles que esperam algo de nós. Esforçarmo-nos por dar tudo quando no fim só acabamos por desiludir. Fracassar. A dor de olhar para trás e pensar que tínhamos tudo para atingir o dito potencial (o que quer que isso seja). As lágrimas que rebentam como balões de água que acabaram de tocar o chão. A incerteza de viver cada dia sabendo que ele faz parte de uma escolha que amanhã pode ser errada.

O sofrimento de estar de mãos apertadas quando queremos mudar o mundo. A vergonha de olhar no espelho e apercebermo-nos de que quem muda somos nós. E mudamos para o que achávamos que estava mal, na esperança de estarmos mais uma vez enganados, no sonho de amanhã aparecer algo que dê sentido à vida. Algo que nos mostre que a dor é recompensada.

Mas e se esse dia não chegar? E se surgir um momento de luz que apague as certezas incertas? Se o caminho que andámos a percorrer der ao ponto de partida?

Voltamos a percorrê-lo, enquanto fechamos as feridas do passado... Até que elas não passem de marcas na nossa pele, quais mensagens gravadas num tronco de uma árvore. Caímos para aprendermos a levantar-nos. Erramos para aprender a acertar. Um dia, um mês, uma vida. O desafio só acaba quando deixarmos de acreditar.

domingo, fevereiro 06, 2011

Burlesque


Se há coisa que eu sempre gostei de ver são gajas giras e boas a dançar com roupas sensuais e cheias de estilo. E esta ainda por cima canta (e bem!). Maquilhagem e outros retoques aparte, ela é lindíssima.

Quando vi pela primeira vez o cartaz do filme, pensei "Hmm...Cher e Christina Aguilera num filme... Tenho de ver isto". E não me arrependi.

Nunca fui grande fã de musicais. Talvez a minha mente seja demasiado realista e quadrada... Mas sempre me irritou estar a ver uma história mais ou menos interessante e, de repente, os actores começarem a cantar e a dançar do nada. Não faz sentido nenhum. Tira todo o realismo à coisa. Mesmo quando assistimos a uma ficção científica, o escopo do filme anda à volta de o assemelhar à realidade. É isso que se quer numa história, que ela (por muito surrealista que seja) tenha um toque de verosimilhança tal que nos transporte para lá, que nos faça acreditar que aquilo poderia acontecer, nem que fosse num universo paralelo. E nos musicais isso nunca acontece pois, a não ser que andássemos todos sob o efeito de alucinogénicos, ninguém seria capaz de viver o dia-a-dia como se fosse uma Dorothy Gale.

E eis que hoje encontrei o Burlesque num formato de qualidade bastante aceitável (shiu, não leram isto aqui!) e perdi a cabeça. Não fiquei nada desiludida. Afinal não é um musical - não, pelo menos, na minha definição de musical. É uma história vulgaríssima, da miúda do interior cheia de talento que pega nos seus trapos e vai para a cidade tentar ser alguém.

Vejam lá que eu nem me dei ao trabalho de ver um trailer do filme para ter uma ideia do que dali ia sair! (Às vezes faço isso, para não fazer ideia nenhuma do que vai acontecer.) E, apesar de a história em si não ter surpreendido, as músicas e as coreografias são fantásticas. Já para não falar da melhor surpresa! Sabem quem é o Eric Dane? Aquele que encena o cirurgião plástico com mais pinta e ar de filha-da-putice que alguma vez se poderá encontrar numa série? Estou a falar do Mark, aka McSteamy, de Grey's Anatomy.

Pois é, esse charme de homem aparece no filme. E a vadia que vive dentro de mim rezou o tempo todo para ver a personagem principal numa cena badalhoca com ele. Mas não. Nichts, niente! Vai apaixonar-se por um rapazote com ar de paneleirão e, como santinha que é, não se mete com mais ninguém, mesmo sabendo que podia ter o mundo inteiro a seus pés. Mas tirando isso, recomendo vivamente o filme. =)