Estabelecer metas. Dar o melhor. Enfrentar cada dia de cabeça erguida com um sorriso do tamanho do mundo. Dar gargalhadas bem altas, ao som de uma piada insignificante, quando lá no fundo apetece gritar, fugir, desaparecer. Agradar àqueles que esperam algo de nós. Esforçarmo-nos por dar tudo quando no fim só acabamos por desiludir. Fracassar. A dor de olhar para trás e pensar que tínhamos tudo para atingir o dito potencial (o que quer que isso seja). As lágrimas que rebentam como balões de água que acabaram de tocar o chão. A incerteza de viver cada dia sabendo que ele faz parte de uma escolha que amanhã pode ser errada.
O sofrimento de estar de mãos apertadas quando queremos mudar o mundo. A vergonha de olhar no espelho e apercebermo-nos de que quem muda somos nós. E mudamos para o que achávamos que estava mal, na esperança de estarmos mais uma vez enganados, no sonho de amanhã aparecer algo que dê sentido à vida. Algo que nos mostre que a dor é recompensada.
Mas e se esse dia não chegar? E se surgir um momento de luz que apague as certezas incertas? Se o caminho que andámos a percorrer der ao ponto de partida?
Voltamos a percorrê-lo, enquanto fechamos as feridas do passado... Até que elas não passem de marcas na nossa pele, quais mensagens gravadas num tronco de uma árvore. Caímos para aprendermos a levantar-nos. Erramos para aprender a acertar. Um dia, um mês, uma vida. O desafio só acaba quando deixarmos de acreditar.
Sem comentários:
Enviar um comentário