O pássaro é um bicho que nunca me agradou. Tudo bem que voa quando está muito vento e até com chuva... Mas não gosto. Não gosto porque... Sei lá. Não gosto! São animais com cabeças minúsculas e por muito diferentes que sejam dos animais com escamas, as penas continuam a não ser pelinho fofo. Portanto, tocar-lhes e fazer festinhas também está fora de questão.
Desconfio que eles pressentem a minha falta de entusiasmo quando nos cruzamos. Para onde quer que eu vá quando mudo de casa, há sempre galos e gaivotas por perto. É uma chinfrineira que não se pode aturar. E é dia e noite, isto é dia e noite, como dizia o velhote dos apanhados. Já no que toca à minha residência fixa, sou atormentada por pombos constantemente. O meu quarto tem a janela no tecto e os desgraçados dos bichos adoram ir para lá brincar, como se de um escorrega num parque aquático se tratasse. O pior é que só fazem isto quando o sol nasce, isto é, por volta das sete da manhã, quando estou eu a dormir e a ter sonhos fantásticos... Que acabam de formas assustadoras, com o som das patas dos pombos a escorregar no vidro como melodia de fundo. Acordo sempre sobressaltada e sou obrigada a fazer uma sessão de alongamentos ao despertar, pois tenho que me esticar toda para abrir a janela e afugentar os malditos pássaros.
Outra coisa que odeio nos pássaros é o facto de serem uns porcalhões. Fazem cocó trezentas mil vezes por dia e sempre líquido.Se as minhocas lhes causam soltura intestinal, por que não mudam de dieta? Passem a comer... Sei lá... Frutos secos. Mas eles não mudam de alimentação porque não são eles que aturam o cocó. É sempre o desgraçado que está por baixo deles na altura do arreio.
São os pássaros e os animais de gado. Arruinam completamente a filosofia associada ao acto de fazer cocó. Nós, humanos, muitas vezes levamos a chamada leitura de casa de banho atrás; outras vezes limitamo-nos a reflectir ou a fazer planos. Pois o pássaro faz o seu cocó sempre que lhe dá vontade, quer esteja confortavelmente pousado no ramo de uma árvore, quer esteja em pleno voo juntamente com a família e o resto da passarada. O pássaro não diz aos seus camaradas «Vão andando que já vos apanho». Não. Prefere borrar-se ali no meio da malta, só para se poupar do incómodo de ter que voar mais rápido para os apanhar.
É por isto que, tal como já disse e volto a dizer, não gosto de pássaros. São animais egocêntricos que se estão literalmente a cagar para quem está por baixo deles. E a propósito disso, fica aqui um esquema bastante interessante, que me foi apresentado por um amigo e se aplica na nossa sociedade, revelando o porquê de as pessoas de inteligência superior não se darem bem com idiotas e vice-versa.
1 comentário:
Não fiquei nada surpreendida com o teu blog!! Não fiquei porque quando sugeri que o criasses já sabia a qualidade que um blog da tua autoria iria ter! Não me enganei! Parabéns! Amei! ;))
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